Caro Amigo,
Essa Carta resume todas as lutas e sofrimentos que passei durante os últimos 10 anos como usuário de drogas. Ela foi escrita com o objetivo de prevenir outras pessoas, especialmente adolescentes e jovens, para evitarem esse caminho de dor e tristezas.
Meu primeiro contato com as drogas iniciou quando eu tinha apenas 12 anos de idade e cursava o Ensino Fundamental. No intervalo das aulas, um amigo se aproximou com um papo sorrateiro me estimulando a experimentar um cigarrinho de maconha.
A princípio achei aquilo um pouco estranho, mas ele argumentava que aquilo não fazia mal, e que depois quando eu quisesse poderia simplesmente parar de fumar. Assim, sem muitos questionamentos acabei entrando na dele.
Confesso que aquele primeiro contato com a erva foi bem legal. E, desse contato inicial, foram cerca de dois anos usando continuamente com os amigos, especialmente, nos intervalos das aulas.
Com o tempo o consumo foi-se tornando mais freqüente, até que num determinado dia não tinha mais tanta graça fumar maconha com os amigos da escola. Depois de certo tempo de uso contínuo a maconha perde efeito, e passei a querer uma quantidade cada vez maior. Isso me levou a querer experimentar uma coisa diferente, algo mais forte e desafiador. Foi aí que teve início minha derrocada.
Aos 15 anos de idade já era um usuário dependente. E, antes de completar os 16 anos comecei a vender cigarros de maconha e papelotes de cocaína para outras pessoas, tornando-me assim mais um traficante na escola.
Com o tempo passei a ser dominado pelos narcóticos. Por vezes permanecia sem consumir e os efeitos da abstinência me torturavam de tal forma que acaba retornando ao uso recorrente.
Nessa fase conseguia ficar algumas semanas sem fumar maconha, mas a falta da cocaína me dava uma depressão gigantesca, o que me fazia sentir apatia, sonolência, dores musculares e até pensar em suicídio.
Ficava o tempo todo irritado, nervoso e era grande o meu entorpecimento intelectual. Não tinha rendimento nenhum nos estudos e passei a ter um comportamento agressivo em casa, na escola e na rua também.
Aos 18 anos apresentava um quadro de dependência crônica, pois estava consumindo álcool, cigarros e outras diversas drogas de forma desregrada. Dessa forma, com o uso sistemático acabei sofrendo diversos efeitos colaterais, chegando ao caso extremo de sofrer problemas circulatórios e respiratórios. Foi assim que num dado momento tive uma overdose.
Poucos usuários sobrevivem à uma overdose sem seqüelas graves. Tenho plena convicção que só sobrevivi por pura sorte, e por ter contado com apoio de amigos e familiares que me internaram numa clínica especializada para tratamento de drogados.
Dessa forma, passei 4 anos em tratamento que envolveu a aplicação de técnicas psicológicas e educativas para a consecução de uma abstinência das drogas a longo prazo.
Tudo isso foi muito duro e, hoje, aos 22 anos, vejo com tristeza que perdi parte de minha vida. Isso me faz querer atuar de forma intensa para que outras pessoas não passem pelo mesmo sofrimento que tive.
Por isso, fiz essa Carta, para aconselhar todas as pessoas a não se embrenharem nessa vida. Os traficantes não são amigos de ninguém; eles não têm escrúpulos e só pensam no lucro sujo do tráfico. Eles não se importam se a sua vida vai para o buraco, pois só querem o seu dinheiro.
Tenha certeza disso, meu amigo, os traficantes não se preocupam com a sua saúde, por isso fecham os seus olhos para as coisas boas da vida e te guiam para o abismo.
Se você não estiver atento, vai acabar com sua vida, tornando-se mais uma vítima do narcotráfico.
Diga não às drogas !!!
Rio de Janeiro - RJ, 06 de outubro de 2009.
Joaquim Cruz
Essa Carta resume todas as lutas e sofrimentos que passei durante os últimos 10 anos como usuário de drogas. Ela foi escrita com o objetivo de prevenir outras pessoas, especialmente adolescentes e jovens, para evitarem esse caminho de dor e tristezas.
Meu primeiro contato com as drogas iniciou quando eu tinha apenas 12 anos de idade e cursava o Ensino Fundamental. No intervalo das aulas, um amigo se aproximou com um papo sorrateiro me estimulando a experimentar um cigarrinho de maconha.
A princípio achei aquilo um pouco estranho, mas ele argumentava que aquilo não fazia mal, e que depois quando eu quisesse poderia simplesmente parar de fumar. Assim, sem muitos questionamentos acabei entrando na dele.
Confesso que aquele primeiro contato com a erva foi bem legal. E, desse contato inicial, foram cerca de dois anos usando continuamente com os amigos, especialmente, nos intervalos das aulas.
Com o tempo o consumo foi-se tornando mais freqüente, até que num determinado dia não tinha mais tanta graça fumar maconha com os amigos da escola. Depois de certo tempo de uso contínuo a maconha perde efeito, e passei a querer uma quantidade cada vez maior. Isso me levou a querer experimentar uma coisa diferente, algo mais forte e desafiador. Foi aí que teve início minha derrocada.
Aos 15 anos de idade já era um usuário dependente. E, antes de completar os 16 anos comecei a vender cigarros de maconha e papelotes de cocaína para outras pessoas, tornando-me assim mais um traficante na escola.
Com o tempo passei a ser dominado pelos narcóticos. Por vezes permanecia sem consumir e os efeitos da abstinência me torturavam de tal forma que acaba retornando ao uso recorrente.
Nessa fase conseguia ficar algumas semanas sem fumar maconha, mas a falta da cocaína me dava uma depressão gigantesca, o que me fazia sentir apatia, sonolência, dores musculares e até pensar em suicídio.
Ficava o tempo todo irritado, nervoso e era grande o meu entorpecimento intelectual. Não tinha rendimento nenhum nos estudos e passei a ter um comportamento agressivo em casa, na escola e na rua também.
Aos 18 anos apresentava um quadro de dependência crônica, pois estava consumindo álcool, cigarros e outras diversas drogas de forma desregrada. Dessa forma, com o uso sistemático acabei sofrendo diversos efeitos colaterais, chegando ao caso extremo de sofrer problemas circulatórios e respiratórios. Foi assim que num dado momento tive uma overdose.
Poucos usuários sobrevivem à uma overdose sem seqüelas graves. Tenho plena convicção que só sobrevivi por pura sorte, e por ter contado com apoio de amigos e familiares que me internaram numa clínica especializada para tratamento de drogados.
Dessa forma, passei 4 anos em tratamento que envolveu a aplicação de técnicas psicológicas e educativas para a consecução de uma abstinência das drogas a longo prazo.
Tudo isso foi muito duro e, hoje, aos 22 anos, vejo com tristeza que perdi parte de minha vida. Isso me faz querer atuar de forma intensa para que outras pessoas não passem pelo mesmo sofrimento que tive.
Por isso, fiz essa Carta, para aconselhar todas as pessoas a não se embrenharem nessa vida. Os traficantes não são amigos de ninguém; eles não têm escrúpulos e só pensam no lucro sujo do tráfico. Eles não se importam se a sua vida vai para o buraco, pois só querem o seu dinheiro.
Tenha certeza disso, meu amigo, os traficantes não se preocupam com a sua saúde, por isso fecham os seus olhos para as coisas boas da vida e te guiam para o abismo.
Se você não estiver atento, vai acabar com sua vida, tornando-se mais uma vítima do narcotráfico.
Diga não às drogas !!!
Rio de Janeiro - RJ, 06 de outubro de 2009.
Joaquim Cruz
Importante este depoimento....irei socializa-lo em um evento sobre Drogas e Prevençao!!!Jose Guilherme
ResponderExcluirbem oportuno
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